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quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

As "cabras" dão-nos experiência

Há pessoas que logo à primeira impressão não nos caem propriamente em graça. Nem percebemos porquê e se analisarmos melhor até não encontramos, de facto, qualquer razão válida para essa... digamos, "má impressão".
Nestas circunstâncias temos dois caminhos a escolher: ficamos por ali, pela má impressão e viramos costas; ou então tentamos conhecer melhor a peça ora porque queremos a confirmação mórbida da nossa intuição inicial, ora porque não nos queremos ligar a essas mariquices das intuições e sextos sentidos ou o caraças mais velho.
Com a idade, para além da gravidade das peles e das mamas, das rugas, das brancas, também costuma vir alguma sabedoria. Não a todos, porque às vezes cola-se-lhes logo uma demência e pimba! 
A sabedoria mais não é do que o balanço das experiências prévias, transformadas numa soma em balança de prós e contras,sendo que o prato que está mais baixo indica-nos o que (não) devemos fazer. Claro que existe um manancial de variáveis parasitas nesta equação (tipo uma experiência pode ser mais ou menos dolorosa dependendo do afecto envolvido, do tempo ao qual estivemos expostos a ela, etc), mas como me estou a lixar para a estatística, simplifiquemos a coisa nessa balança.
Adiante: olhando para trás, duas das pessoas que considerei, em tempos, "melhores amigas" entraram na minha vida causando-me má impressão. Por motivos diferentes e porque são totalmente distintas uma da outra. Agora, não são melhores amigas e, basicamente, fizeram-me a vida negra há uns anos (também por motivos diferentes, lá está!). 
O que posso analisar dessa experiência? Numa análise simplista: "devia ter confiado na minha primeira impressão, as tipas não prestavam e eu sempre soube, lá no íntimo, que um dia iam-me tramar". Na altura da desilusão é mesmo isso que pensámos. O que é errado. Faz-nos sentir umas grandessíssimas de umas bestas quadradas! "Se eu sabia desde o início, tive culpa porque me expus a isto!". 
Melhor pensar que as tipas são mesmo umas Mata-Hari do mal, que percebem a nossa desconfiança inicial e tentam alterar a nossa forma de pensar, num jogo de sedução da amizade, tudo caso pensado claro!, manipulando a situação e fingindo-se o que não são para, em altura apropriada, tudo previamente elaborado e planeado, obviamente!, darem a estocada final ao serviço da sua maldade. As cabras!
Actualmente já não vou nessas conversas. Porque cada vez me apetece menos conhecer "a fundo" pessoas (muito complicadas). Porque se não gosto, descarto porque não tenho paciência. Porque se não gosto e insistem, aprendi a fazer a minha cara mais cínica e irónica do mundo, com uma filhadaputice marcada, e acabam por me deixar em paz.
A minha sorte é que tenho conhecido mais pessoas com quem vou com a cara à primeira, nos últimos tempos.
A minha sorte também é que as pessoas que conheci que não me causaram de imediato empatia mas que fui investindo nessa amizade, apareceram-me há muitos anos e desse grupo, duas são das minhas melhores amigas ainda hoje. Anulam as outras duas, logo: vida, estamos quites!
Serve este grande relambório para dizer que o que conta é experimentar. De tudo. Para depois sermos sábios. Esta é a moral desta história. Experimentem para a frente, iludam-se e desiludam-se. Vivam para aí. Para quando chegarem à minha idade já poderem definir o que querem e não querem pelo menos em algumas parcelas da vossa vida!

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