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quarta-feira, 16 de maio de 2012

Ainda o livro que ando a ler...

Para além de perceber muito bem os meandros que levaram à I Grande Guerra, estou a perceber todo o processo da Revolução Bolchevique, a chegada, desde o exílio, de Lenine e Trotsky, os primeiros surgimentos do Estaline, o que era a Rússia imperial do Czar.
E só penso que o povo russo teve sempre um azar do caraças, perdoem-me a expressão. Historicamente falando, claro, que não conheço sociologicamente o povo para fazer outro tipo de leituras.
E digo um azar do caraças porque eles foram tentando, de facto, ser livres.
Parece que só há dois tipos de russos: os dominadores (alguns) e os dominados (milhões). Esta dicotomia, obviamente que dá ao poder terreno fértil, mas é o que a história foi demonstrando. E esta leitura deve ser tão injusta para esse povo...

5 comentários:

  1. É uma visão um pouco redutora do povo russo, mas penso que é mesmo a verdade, existe uma minoria que enriqueceu à custa de negócios um pouco obscuros e que compram clubes de futebol, mulheres novas e dentes de ouro e depois os outros em que devem levar uma vida nada fácil tal como os seus antepassados.

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  2. O que a Rainha diz está correcto? A máfia russa muito poderosa, um dos grandes negócios com base no qual se basearam grandes fortunas foi o tráfico de mulheres e espalhou -se a todo o mundo.

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  3. Eu não estou a falar da Rússia actual, estou a fazer uma análise ao tempo imperialista e a transição para outro tipo de regime totalitário. E eles lutaram para que assim não fosse. Foi por abominarem o "absolutismo" czarista que os bolcheviques tiveram espaço para entrar e acabaram por fazer o golpe de estado. Mas os anos 1917/18 na Rússia, durante uma guerra em que combatiam os alemães, foram um grito de emancipação... Historicamente aquele povo é sempre, de alguma forma, submetido a regimes totalitários.E o que questiono é a razão? Gosto de perceber estas coisas, adoro História e perceber os movimentos (dos mais centrais aos periféricos) da humanidade. E o livro tem-me feito pensar acerca do povo russo. Não é uma questão de uma visão redutora. Pelo contrário. Por achar que não pode ser isso, é que estou a tentar entender sociologica e historicamente aquele povo. Porque a história, os dados pelo menos que tenho, "obriga-me" a essa imagem dicotómica. E como gosto pouco de dicotomias e ainda menos de generalizações...

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    1. Uma das respostas possíveis é que aquele país é uma enorme manta que abarca diversos povos, todos diferentes entre eles, e que sempre se combateram. A única forma de os governar, ao que parece, é com a tal mão de ferro de que sempre falam as ditaduras para defender o seu regime. Lembra-te que eles não têm experiência democrática.
      Repara no que sucedeu na Jugoslávia após a morte de Tito. Provavelmente, na Russia sem uma ditadura aconteceria uma balcanização também. Falo de agora, naturalmente, porque o regime que agora vigora lá não anda muito longe de uma ditadura. Contudo, penso que as premissas servem perfeitamente, quer para o tempo do czarismo, quer para o tempo em que vigorou o regime bolchevique.
      Bom, mas isso agora dava pano para muita discussão...:)

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    2. Verdade! Era aí que eu queria chegar. A manta de retalhos que a Rússia é em termos de povo. Existem outros países no mundo assim. A Itália unificada é um exemplo... mas claramente muito mais pequeno.
      O que me entristece com o livro que ando a ler é que eles queriam legitimamente viver democraticamente, aceder ao que pensavam ser melhor para eles, deixarem de morrer de fome e sem estudos. Lutavam por coisas básicas, de subsistência até. E foram sempre apanhados por mãos de ferro... Isso é que me entristece. Ver coarctada a vontade legítima de um povo :(
      Mas como dizes, isso dava pano para mangas e por aqui fico ;)

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